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Foto do boneco Hora de Aventura.

Publicidade realizada por youtubers mirins é publicidade

Foto do boneco Hora de Aventura.

Publicidade realizada por youtubers mirins é publicidade

Inquérito civil instaurado após denúncia do Criança e Consumo, investiga publicidade abusiva praticada pelo Mc Donald’s.

O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República no Estado de São Paulo, instaurou um inquérito civil para investigar denúncia do projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, sobre publicidade abusiva praticada pelo Mc Donald´s na campanha do McLanche Feliz “Hora da Aventura”, por meio de youtubers mirins. Entre as providências, o MPF solicitou ao Google Brasil esclarecimentos sobre restrições de publicidade infantil no YouTube. Os documentos estão disponíveis no Portal da Transparência do MPF (para acessar os documentos clique aqui).

Como estratégia mercadológica, o McDonald’s enviou os brinquedos da promoção antes do lançamento oficial para os youtubers mirins, crianças que publicam vídeos amplamente visualizados pelo público infantil, para que divulgassem em seus canais. No ofício enviado ao Google, o Procurador da República responsável pelo caso, Marcos José Gomes Correa, solicitou que a empresa esclarecesse se o YouTube possui alguma restrição à publicidade infantil e qual a política da plataforma para publicidades feitas pelos próprios youtubers em seus canais.

Veja também:
– Precisamos cuidar das crianças no meio ambiente virtual
– Criança e Consumo denuncia 15 empresas por direcionar publicidade às crianças no YouTube
– ‘Volta às aulas’ e os apelos comerciais para vender

A empresa respondeu que o YouTube “não é uma plataforma destinada ao público infantil” e que caberia aos pais alertar que o site não é para crianças. Em relação aos anúncios veiculados, eles seriam de responsabilidade do anunciante, assim como os vídeos seriam de responsabilidade do usuário que o publicou. Para o MPF, a resposta da empresa foi insatisfatória pois afirmar que o YouTube não é uma plataforma para o público infantil é “contrariar a realidade”, já que cada vez mais crianças e jovens criam canais próprios, e que os youtubers mirins viraram chamariz para aumentar o número de crianças como usuárias. Em maio foi enviado um novo documento ao Google solicitando, dessa vez, esclarecimentos sobre a política da empresa para merchandising (propagandas feitas pelos próprios youtubers) na plataforma.

“A comunicação mercadológica dirigida ao público infantil, em especial aquela utilizando os youtubers mirins, aproveita-se da audiência desses canais para seduzir as crianças ao consumo. Além de exigir das empresas o fim dessa prática é importante que aquelas que hospedam esses vídeos também se responsabilizem e restrinjam esse tipo de ação de marketing”, explica Ekaterine Karageorgiadis, advogada do Instituto Alana.

Acompanhe o caso:

Foto: Reprodução/ Youtube

Publicado em: 15 de julho de 2016

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