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Em fundo azul, foto de um notebook aberto com duas mãos em seu teclado e, acima, uma nuvem, como imagem de apoio para o texto sobre experiência digital da criança

Por um experiência digital verdadeiramente segura para crianças 

Em fundo azul, foto de um notebook aberto com duas mãos em seu teclado e, acima, uma nuvem, como imagem de apoio para o texto sobre experiência digital da criança

Por um experiência digital verdadeiramente segura para crianças 

Criança e Consumo contribui com guia sobre ambiente digital e crianças do Facebook

 

Por meio do Criança e Consumo, em 14 de agosto de 2020, o Instituto Alana apresentou ao Facebook uma contribuição comentando pontos de atenção sobre o Guia “How to design with trust, transparency and control for young people” (“Como criar design com transparência e controle para os jovens”). Elaborado pelo TTC Labs (Trust, Transparency and Control Labs), iniciativa do Facebook que tem como objetivo criar soluções inovadoras de design, o documento pretende ser uma referência de autorregulação e foi apresentado em sessão para experts brasileiros convidados, em 22 de julho de 2020. Após a sessão, os participantes puderam enviar seus respectivos comentários em relação ao guia. A contribuição do Criança e Consumo ressalta dois aspectos que merecem atenção da plataforma:

 

Múltiplas infâncias e representatividade

O documento, pensado a partir de sessões com crianças, adolescentes e experts habitantes do Reino Unido, EUA e Austrália, não representa as diferentes demandas das crianças do mundo inteiro – principalmente as do sul global, onde o contexto em termos de desigualdade e alfabetização digital são bem diferentes dos países pesquisados. Esse aspecto é preocupante porque, ao tentar uniformizar padrões para crianças e adolescentes, utilizando-se de uma régua excludente, os padrões estabelecidos no Guia podem aprofundar desigualdades. Um exemplo é que o documento não considera demandas específicas de crianças e adolescentes negros ou com deficiência. Diante disso, se faz necessário ouvir as vozes das múltiplas infâncias para a elaboração de um Guia como este.

 

Responsabilidade compartilhada

O Guia enfatiza a importância do consentimento da criança, do adolescente e de seus responsáveis, com ênfase na recomendação de termos de uso transparentes e que ensinem aos poucos às crianças sobre dados pessoais e porque é importante protegê-los. Porém, seria isso suficiente ou mesmo justo? Entendemos que não. Ao usar o padrão do consentimento como principal, o Guia desconsidera tanto a responsabilidade das empresas na proteção e na promoção dos direitos das crianças e adolescentes quanto ao desequilíbrio na relação entre consumidor e empresa – independentemente da alfabetização digital e das noções sobre segurança digital que a pessoa tenha. Por isso, o documento enviado pelo Criança e Consumo sugere uma mudança para que o padrão primário passe a ser a noção de direitos da criança por design. Isto é, que aplicativos e plataformas digitais considerem sempre, em primeiro lugar, o melhor interesse da criança no desenvolvimento e concepção de seus produtos ou serviços, assumindo sua responsabilidade na proteção do público infantil.

 

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Publicado em: 19 de agosto de 2020

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