Arquivos festas infantis - Criança e Consumo https://criancaeconsumo.org.br/tag/festas-infantis/ Instituto Mon, 17 Oct 2022 17:58:25 +0000 pt-BR hourly 1 Festas infantis…Onde vamos parar? https://criancaeconsumo.org.br/noticias/festas-infantis-onde-vamos-parar/ Mon, 10 Dec 2012 19:44:00 +0000 https://criancaeconsumo.org.br/uncategorized/festas-infantis-onde-vamos-parar/ O mercado das festas infantis – e dos valores que elas transmitem às crianças – é o tema deste artigo da psicóloga do Instituto Alana, Lais Fontenelle.

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O mercado das festas infantis – e dos valores que elas transmitem às crianças – é o tema deste artigo da psicóloga do Instituto Alana, Lais Fontenelle.

 Já faz um tempo que me debruço sobre o tema das festas infantis. No ano passado, escrevi alguns artigos sobre o assunto no blog www.consumismoeinfancia.org.br. Sem dúvida, o aniversário de um filho é algo bastante especial para as famílias – e que merece ser celebrado com o devido capricho. Mas, assim como muitas outras datas, fico com a sensação de que essa também foi mercantilizada. Vemos festas dos mais variados estilos e preços, boa parte delas inadequadas para a comemoração de mais um ano de vida dos pequenos.

Se pudesse datar o boom da mercantilização das festas infantis, diria que ele aconteceu com a moda das festas em buffet, onde a única coisa que remetia à infância era, em alguns casos, a assinatura com a letra da criança (dependendo da idade) no convite. Ao entrar em um buffet, o choque começava quando me deparava com o baú para depositar o presente ao homenageado – e, de fato, é esse o termo usado pela recepcionista que te recebe na entrada. Aquela delícia de dar o presente escolhido a dedo ou feito com as próprias mãos, e de receber do outro lado, parece estar fora de moda. Triste, não?

Mas esse era somente o início da festa, que seguia, na maioria das vezes, em horário e com músicas, comidinhas ou brincadeiras nada adequadas para crianças. Ao final, a criança geralmente voltava para casa cansada, mas com um saco cheio de presentes – e isso me fazia questionar o que estava sendo celebrado ali: as conquistas de mais um ano de vida ou o consumo?

Hoje, o espectro de escolhas para comemorar um aniversário de criança é muito maior do que as festas em buffet, e essas podem ter contornos bem mais ousados (e não menos inadequados). No ano passado, soube que as festas mais cobiçadas pelas crianças de classe alta de seis anos – ou será pelas mães dessas crianças? – eram aquelas que aconteciam dentro de uma limusine alugada. Pasmem! As mães alugam limusines por cerca de R$1.500 para festejar mais um ano da vida de seus filhos. E a comemoração era circular pela cidade, ao som da mais nova celebridade mirim do momento. A festa podia acabar ali mesmo ou ir além, com fechamento num cabeleireiro ou spa. Pois é… Mudaram não só os locais de comemoração como os valores que estão sendo transmitidos.

O tema é mesmo quente – tão quente que virou pauta para programa de tv. A nova série Festinhas de Arromba, de um canal por assinatura,vaiapresentar alguns dos mais luxuosos eventos para crianças, organizados por pais que não hesitam em gastar milhares de dólares para dar uma festa inesquecível a seus filhos. O programa será exibido às sextas-feiras, às 19h30, no Discovery Mulher. E eu me pergunto: qual enfoque será dado a esses eventos descabidos? Será ele crítico?

Acho que vale conferir na tentativa de pensar criativamente sobre o assunto, e em como comemorar o aniversário de seus filhos de forma mais sustentável e humana.

 

 

 

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É pic, é pic… É hora, é hora, é hora https://criancaeconsumo.org.br/noticias/e-pic-e-pic-e-hora-e-hora-e-hora/ Tue, 28 Aug 2012 01:41:00 +0000 https://criancaeconsumo.org.br/uncategorized/e-pic-e-pic-e-hora-e-hora-e-hora/ Hoje as festas infantis podem custar até R$ 100 mil. É preciso repensar essa nova realidade. Por Laís Fontenelle, / Equipe Já se foi o tempo em que a atração das festas infantis estava nos brindes feitos em casa ou no delicioso bolo da vovó. Hoje a comemoração do aniversário dos pequenos passa longe das [...]

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Hoje as festas infantis podem custar até R$ 100 mil. É preciso repensar essa nova realidade.

Por Laís Fontenelle, / Equipe

Já se foi o tempo em que a atração das festas infantis estava nos brindes feitos em casa ou no delicioso bolo da vovó. Hoje a comemoração do aniversário dos pequenos passa longe das conquistas daquele ano de vida da criança. As festas são um espetáculo a parte e podem custar até R$ 100 mil, principalmente se for copiada das de celebridades mirins, segundo coluna da Mônica Bergamo, publicada na Folha de S.Paulo no fim de semana passado. Bolo, balão, brigadeiro, presentes… Tudo isso ficou em segundo plano e cedeu espaço a festas temáticas com tantos detalhes na decoração e animação que mais se assemelham a casamentos ou festas de debutantes.

No ano passado fui convidada pelo jornal O Estado de São Paulo para comentar a febre de festas de meninas de seis e oito anos em limusines alugadas, por mais de R$1.500,00 ao som de Justin Bieber. Mas, muito antes disso, já tinha iniciado minha reflexão, no fim dos anos 90, sobre a “mercantilização dos aniversários dos pequenos” com o boom das festas em Buffet com som alto, comidas e decoração nada adequada para a faixa etária dos aniversariantes. Achei que as festas em limusines tinham sido o limite da sociedade de consumo para comemorar o aniversário de crianças, mas pelas últimas duas reportagens que li sobre festas infantis – uma na Revista do Globo, que tratava das festas em spas, e essa última na Folha sobre a dos filhos de celebridades, constatei que a criatividade do mercado não tem limites quando se trata de infância.

As empresas de festas infantis dão asas à imaginação dos adultos, nesse caso os pais, e fazem o que sua carteira poder pagar para tornar a festa do filho inesquecível. Para quem? Pergunto-me. Na reportagem sobre Comportamento da Revista do Globo do dia 05 de agosto de 2012 me choquei e me entristeci ao ler sobre as festas de meninas em spas com direito a esfoliação e banho de rosas, além de show de poodles. A diretora da empresa Animassom, especializada em festas de crianças do público AAA, disse, nessa mesma reportagem, que eles pensam em todos os detalhes para que a criança acredite estar vivendo um sonho. E, quando o sonho do adulto acaba no fim da festa vejo que a criança, geralmente, volta para casa mais cansada do que realizada e com um saco repleto de presentes.

Pois é… O que estamos celebrando? As conquistas de mais um ano de vida? O que será que estamos transmitindo a nossas crianças quando festejamos seu aniversário em spas, limusines ou com poodles dançando? O que elas vão querer para comemorar seus tão esperados quinze anos ou no dia de seu casamento se crescerem acreditando que podem pagar o que for pelos seus sonhos?

Existe saída viu? Outro dia tive um bom exemplo, que me foi reconfortante, quando recebi um convite da festa de aniversário do filho de uns amigos. Pasmem! O convite trazia estampado um desenho feito pela criança e vinha com sua letrinha escrita e não um personagem famoso. Chegando lá me deparei com a bela decoração: um longo varal de fotos de momentos marcantes do aniversariante com seus convidados ao longo daquele ano, mas confesso que o melhor foi o brinde que era um cd com o nome “As preferidas do Lucas” que trazia não os hits das rádios pop, mas as músicas mais ouvidas pelo aniversariante nesse seu ano de vida. Lindo! Ao final do parabéns percebi que o aniversariante saia com um saco não tão cheio de presentes, mas com um sorriso no rosto que denunciava que sua festa tinha sido um sonho. Acredito que isso sim é algo para festejarmos. E agora, que tal usarmos a imaginação, junto com nossos filhos, claro, para idealizar festas de aniversário mais sustentáveis e adequadas para nossas crianças? Tenho certeza que sairá bem mais barato e divertido. Vale experimentar porque a sua ideia pode pegar!

Foto: Marit Furulund 

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