{"id":35432,"date":"2015-05-19T19:35:08","date_gmt":"2015-05-19T22:35:08","guid":{"rendered":"https:\/\/criancaeconsumo.org.br\/?p=5299"},"modified":"2022-10-17T14:52:43","modified_gmt":"2022-10-17T17:52:43","slug":"autorregulamentacao-nao-e-eficiente-para-restringir-publicidade-de-alimentos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/criancaeconsumo.org.br\/noticias\/autorregulamentacao-nao-e-eficiente-para-restringir-publicidade-de-alimentos\/","title":{"rendered":"Autorregulamenta\u00e7\u00e3o nos EUA \u00e9 ineficiente para restringir publicidade de alimentos"},"content":{"rendered":"

A constata\u00e7\u00e3o foi feita por um estudo que classificou a publicidade de alimentos\u00a0para crian\u00e7as na televis\u00e3o nos EUA antes e depois do acordo entre as principais empresas do setor de alimentos.<\/em><\/p>\n

Uma pesquisa desenvolvida nos Estados Unidos mostrou que a autorregula\u00e7\u00e3o da ind\u00fastria aliment\u00edcia local, criada para acabar com a publicidade de alimentos n\u00e3o saud\u00e1veis para as crian\u00e7as, n\u00e3o provocou mudan\u00e7as efetivas. O estudo<\/a> publicado no\u00a0<\/strong>American Journal of Preventive Medicine<\/em>\u00a0avaliou o valor nutricional dos alimentos anunciados antes e depois da cria\u00e7\u00e3o do\u00a0Food and Beverage Advertising Initiative<\/em>\u00a0(CFBAI)<\/em>. O programa de autorregula\u00e7\u00e3o inclui 17 das maiores empresas aliment\u00edcias dos Estados Unidos que se comprometeram a anunciar alimentos saud\u00e1veis para crian\u00e7as.<\/p>\n

Em 2006, um relat\u00f3rio do\u00a0Institute of Medicine<\/em>\u00a0(IOM)<\/em>\u00a0alertou que a publicidade de alimentos n\u00e3o saud\u00e1veis coloca em risco a sa\u00fade das crian\u00e7as contribuindo para a obesidade infantil. O relat\u00f3rio desencadeou um debate p\u00fablico sobre o tema que resultou na forma\u00e7\u00e3o do CFBAI. Os participantes prometeram privilegiar a publicidade de alimentos saud\u00e1veis \u00e0s crian\u00e7as segundo normas espec\u00edficas que foram estabelecidas por eles.\u00a0No Brasil, em 2009, ap\u00f3s press\u00e3o do Instituto Alana e do Idec, as subsidi\u00e1rias brasileiras dessas empresas decidiram assinar o mesmo compromisso de autorregulamenta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A pesquisa\u00a0Evaluating Industry Self-Regulation of Food Marketing to Children<\/em>, liderada pelo Dr. Dale L. Kunkel, PhD do Departamento de Comunica\u00e7\u00e3o da Universidade do Arizona, Tucson (EUA), avaliou que a efici\u00eancia do programa foi pequena. Em 2013, 80,5% dos alimentos anunciados para crian\u00e7as foram classificados como\u00a0de baixo valor nutricional, segundo termos definidos pelo Departamento de Sa\u00fade e Servi\u00e7os Humanos dos Estados Unidos. \u201cA autorregula\u00e7\u00e3o n\u00e3o alcan\u00e7ou nenhuma melhoria significativa na qualidade nutricional dos alimentos anunciados entre 2007 e 2013\u201d, contou Dr. Kunkel.<\/p>\n

A pesquisa realizou uma compara\u00e7\u00e3o dos an\u00fancios de produtos aliment\u00edcios entre 2007 (antes da CFBAI) e 2013 (depois da CFBAI) a partir de categorias definidas pelo Departamento da Sa\u00fade e Servi\u00e7os Humanos dos Estados Unidos que diferencia tr\u00eas tipos de alimentos:\u00a0Go<\/em>, aqueles ricos em nutrientes;\u00a0Slow foods<\/em>, aqueles com nutrientes, mas ricos em calorias; e\u00a0Whoa foods<\/em>, alimentos cal\u00f3ricos e com baixo valor nutricional. A pesquisa analisou os an\u00fancios veiculados entre 7h e 22h durante dez semanas em sete canais da televis\u00e3o norte-americanos com programa\u00e7\u00e3o infantil. Em 2007 foram 145 programas, 73 horas de programa\u00e7\u00e3o. O resultado: 79,4% das publicidades veiculadas em 2007 eram de alimentos do tipo\u00a0Whoa<\/em>, em 2013 esse n\u00famero subiu para 80,5%. Al\u00e9m disso, de todas as empresas que anunciavam alimentos paras as crian\u00e7as, 30% n\u00e3o era signat\u00e1ria do compromisso.<\/p>\n

Mas os pesquisadores se surpreenderam ao constatar que mesmo com esse n\u00famero\u00a0elevado de publicidade de produtos de baixo valor nutritivo, as empresas do CFBAI estavam cumprindo os\u00a0termos que elas criaram. Isso porque, as normas auto-estabelecidas pelas empresas n\u00e3o alteravam praticamente em nada o valor nutricional dos produtos anunciados e, portanto alimentos de baixo valor nutricional eram classificados por eles como saud\u00e1veis.<\/p>\n

O estudo mostrou que depender da autorregula\u00e7\u00e3o para acabar com a publicidade direcionada ao p\u00fablico infantil de alimentos de baixo valor nutritivo n\u00e3o \u00e9 a melhor alternativa. \u201cComo foi sugerido pelo IOM em 2006, as restri\u00e7\u00f5es governamentais nas pr\u00e1ticas publicit\u00e1rias s\u00e3o necess\u00e1rias para terminar a hegemonia dos produtos infantis de baixo valor nutricional. Um passo importante que in\u00fameros pa\u00edses j\u00e1 est\u00e3o tomando\u201d, concluiu o Dr.\u00a0Kunkel.<\/p>\n

Foto: Wendy Copley via Fickr<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A constata\u00e7\u00e3o foi feita por um estudo que classificou a publicidade de alimentos para crian\u00e7as na televis\u00e3o antes e depois do acordo entre as principais empresas do setor de alimentos.<\/p>\n","protected":false},"author":7,"featured_media":37675,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"_themeisle_gutenberg_block_has_review":false,"footnotes":""},"categories":[127],"tags":[67,69],"yoast_head":"\nAutorregulamenta\u00e7\u00e3o nos EUA \u00e9 ineficiente para restringir publicidade de alimentos - Crian\u00e7a e Consumo<\/title>\n<meta name=\"robots\" content=\"index, follow, max-snippet:-1, max-image-preview:large, max-video-preview:-1\" \/>\n<link rel=\"canonical\" href=\"https:\/\/criancaeconsumo.org.br\/noticias\/autorregulamentacao-nao-e-eficiente-para-restringir-publicidade-de-alimentos\/\" \/>\n<meta property=\"og:locale\" content=\"pt_BR\" \/>\n<meta property=\"og:type\" content=\"article\" \/>\n<meta property=\"og:title\" content=\"Autorregulamenta\u00e7\u00e3o nos EUA \u00e9 ineficiente para restringir publicidade de alimentos - 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