{"id":23718,"date":"2020-11-24T18:37:26","date_gmt":"2020-11-24T21:37:26","guid":{"rendered":"https:\/\/criancaeconsumo.org.br\/?p=23718"},"modified":"2022-10-17T14:21:32","modified_gmt":"2022-10-17T17:21:32","slug":"criancas-precisam-ser-protegidas-na-internet","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/criancaeconsumo.org.br\/noticias\/criancas-precisam-ser-protegidas-na-internet\/","title":{"rendered":"Crian\u00e7as precisam ser protegidas na internet – e n\u00e3o da internet"},"content":{"rendered":"
Evento debate oportunidades e riscos do uso da internet por crian\u00e7as e adolescentes<\/i><\/p>\n
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O ambiente digital conta, cada vez mais, com a presen\u00e7a infantil. O isolamento f\u00edsico causado pela pandemia de Coronav\u00edrus apenas intensificou este cen\u00e1rio<\/a> no que diz respeito \u00e0 educa\u00e7\u00e3o, ao entretenimento e \u00e0 socializa\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as e adolescentes no ambiente digital.<\/p>\n <\/p>\n O 5\u00ba Simp\u00f3sio – Crian\u00e7as e Adolescentes na Internet<\/a>, organizado pelo NIC.br e CGI.br e correalizado pelo Instituto Alana e SaferNet, discutiu essa realidade com a participa\u00e7\u00e3o de especialistas de diversas \u00e1reas. O evento, que aconteceu em 16 de novembro – e pela primeira vez de forma on-line -,\u00a0 teve como p\u00fablico-alvo fam\u00edlias, educadores, coordenadores e dirigentes escolares. Nos pain\u00e9is, foram abordados, entre outros temas, como o isolamento f\u00edsico tem proporcionado novas formas de socializa\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as, mediadas por tecnologias, e quais cuidados devem ser tomados diante dessa realidade<\/strong>. Al\u00e9m disso, tamb\u00e9m foi discutido sobre a responsabilidade e os limites da coleta de dados pessoais de crian\u00e7as<\/a> e adolescentes por escolas e empresas.<\/p>\n <\/p>\n Na abertura do evento, Isabella Henriques, diretora executiva do Instituto Alana, lembrou como crian\u00e7as e adolescentes passam por um forte processo de digitaliza\u00e7\u00e3o em suas vidas e como isso gera diversas oportunidades, mas tamb\u00e9m amea\u00e7as e pontos de aten\u00e7\u00e3o, especialmente ao lidarmos com as imensas desigualdades existentes no Brasil e as m\u00faltiplas inf\u00e2ncias<\/a>. Isabella afirma que precisamos discutir a presen\u00e7a infantil na internet, “no sentido de que possamos n\u00e3o proteger as crian\u00e7as do ambiente digital, mas proteg\u00ea-las dentro dele, para que possam usufruir a Internet na sua maior pot\u00eancia como crian\u00e7as e adolescentes, que s\u00e3o no presente, e adultos que ser\u00e3o no futuro”.<\/p>\n <\/p>\n No primeiro painel, intitulado Isolamento f\u00edsico e intera\u00e7\u00f5es on-line: entre a socializa\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria e o uso excessivo<\/strong> e moderado por Alexandre Barbosa, do Cetic.br|NIC.br, foi discutido como o ambiente digital pode ser ben\u00e9fico \u00e0s crian\u00e7as e aos adolescentes, se usado de maneira consciente e segura. O psic\u00f3logo Alexandre Coimbra Amaral fez uma fala inicial destacando pontos que merecem aten\u00e7\u00e3o sobre o aumento do uso de tecnologias por crian\u00e7as neste momento atual de pandemia. “Crian\u00e7as foram as que mais perderam com essa pandemia, pois elas aprendem com o corpo todo\u201d, disse Amaral, lembrando que \u00e9 preciso criar espa\u00e7os de conex\u00e3o da crian\u00e7a com a natureza, assim como \u00e9 mostrado no document\u00e1rio “O Come\u00e7o da Vida 2 – L\u00e1 Fora”<\/a>.<\/p>\n <\/p>\n Ainda nesse painel, Renata Tomaz, p\u00f3s-doutoranda no Programa de P\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o em M\u00eddia e Cotidiano da UFF, salientou a import\u00e2ncia de entendermos a rela\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as com a tecnologia para compreender como eles est\u00e3o lidando com o pr\u00f3prio isolamento f\u00edsico e, tamb\u00e9m, com a restri\u00e7\u00e3o ao mundo material, o que as faz conferir ainda mais valor ao que emerge do espa\u00e7o digital. “N\u00e3o \u00e9 porque \u00e9 on-line que n\u00e3o \u00e9 real e n\u00e3o deve ser validado”, afirma a professora. O painel tamb\u00e9m contou com o mestre e especialista em psiquiatria da inf\u00e2ncia e adolesc\u00eancia da UFRGS Daniel Tornaim Spritzer, e a cofundadora do Instituto Vita Alere, Karen Scavacini.<\/p>\n <\/p>\n No segundo painel do evento, Sociabilidade digital de crian\u00e7as e adolescentes: a constru\u00e7\u00e3o de rela\u00e7\u00f5es modernas ou fr\u00e1geis?<\/strong>, mediado pela pesquisadora do programa Crian\u00e7a e Natureza Maria Isabel de Barros, a painelista Ilana Katz, psicanalista e pesquisadora na \u00e1rea da inf\u00e2ncia, lembrou que as tecnologias “enla\u00e7am crian\u00e7as com defici\u00eancia ao mundo”, sendo fortes ferramentas de aux\u00edlio e inclus\u00e3o<\/a>. Al\u00e9m disso, Rodrigo Nejm, diretor do SaferNet, afirmou que a vis\u00e3o adultoc\u00eantrica de caracterizar as rela\u00e7\u00f5es dos jovens com as tecnologias como prejudiciais e irreais, dificulta uma educa\u00e7\u00e3o digital de crian\u00e7as e adolescentes para entenderem suas emo\u00e7\u00f5es, responsabilidades e direitos no ambiente digital<\/a>. Natalia Paiva, respons\u00e1vel pela \u00e1rea de Pol\u00edticas P\u00fablicas do Instagram, tamb\u00e9m participou do painel.<\/p>\n <\/p>\n O terceiro e quarto pain\u00e9is dedicaram-se a debates sobre pr\u00e1ticas de prote\u00e7\u00e3o de crian\u00e7as e adolescentes na internet. No painel Como proteger dados pessoais de crian\u00e7as e adolescentes nas escolas: limites, a\u00e7\u00f5es e responsabilidades<\/strong>, Elora Fernandes, doutoranda na UERJ, refor\u00e7ou que a coleta e tratamento de dados pessoais por plataformas de educa\u00e7\u00e3o deve se restringir \u00e0 finalidade de melhoria da metodologia de ensino e jamais para o direcionamento de publicidade segmentada para crian\u00e7as<\/a>. Moderado por Andr\u00e9 Ramiro (IP.rec), o painel tamb\u00e9m contou com a participa\u00e7\u00e3o de Rafael Zanatta, diretor da Associa\u00e7\u00e3o Data Privacy Brasil, que lembrou que escolas n\u00e3o estavam preparadas para fazer uma migra\u00e7\u00e3o t\u00e3o acelerada e abrupta para o ambiente digital como foi exigido neste momento de isolamento f\u00edsico. J\u00e1 Kelli Angelini Neves (NIC.br), comentou a import\u00e2ncia da Lei Geral de Prote\u00e7\u00e3o de Dados (LGPD), que estabelece a obriga\u00e7\u00e3o do fornecimento de informa\u00e7\u00f5es claras e acess\u00edveis sobre pr\u00e1ticas de coleta e tratamento de dados infantis, lembrando que o artigo 227 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal<\/a> estabelece como responsabilidade de todos a garantia dos direitos das crian\u00e7as e adolescentes, inclusive das escolas.<\/p>\n <\/p>\n No \u00faltimo painel do evento, Compartilhando responsabilidades e pr\u00e1ticas na prote\u00e7\u00e3o dos direitos de crian\u00e7as e adolescentes na Internet<\/strong>, mediado por Isabella Henriques, Daniele Kleiner Fontes, do Facebook, trouxe alguns dados da pesquisa “Adolescentes em Pandemia<\/a>” realizada pela empresa em parceria com a ONG argentina Chicos, confirmando que, para os jovens, as rela\u00e7\u00f5es digitais n\u00e3o substituem as reais, al\u00e9m de reafirmar o grande problema de diversas crian\u00e7as e adolescentes n\u00e3o terem acesso \u00e0 Internet. Miriam Von Zuben, do CERT.br e NIC.br, apresentou o Portal Internet Segura, que re\u00fane iniciativas de conscientiza\u00e7\u00e3o sobre seguran\u00e7a e uso respons\u00e1vel da internet, assim como Priscila Gonsales, do Educadigital, falou sobre a plataforma de cidadania digital para educadores Pilares do Futuro. O pesquisador da FGV-SP, Guilherme Forma Klafke, falou sobre o programa de forma\u00e7\u00e3o de educadores em direitos humanos digitais, lembrando que os direitos humanos devem ser respeitados, tamb\u00e9m, na internet, principalmente quando falamos de crian\u00e7as. Apresentando a ferramenta de recebimento de den\u00fancias contra crimes virtuais da SaferNet, Juliana Cunha tamb\u00e9m participou do painel, assim como Patr\u00edcia Blanco, do Instituto Palavra Aberta, que falou sobre a import\u00e2ncia da educa\u00e7\u00e3o midi\u00e1tica e da preserva\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o da imagem de crian\u00e7as e adolescentes na internet.<\/p>\n <\/p>\n No encerramento do evento, antes dos agradecimentos de Kelli Angelini Neves, Juliana Cunha e Isabella Henriques, foi feito o pr\u00e9-lan\u00e7amento do guia A Escola no Mundo Digital<\/a>, pela advogada do Crian\u00e7a e Consumo, Marina Meira. O material foi desenvolvido pelo Instituto Alana, Educadigital e Intervozes, com apoio do NIC.br, para educadores e fam\u00edlias e re\u00fane informa\u00e7\u00f5es sobre a prote\u00e7\u00e3o de crian\u00e7as e adolescentes no uso de tecnologias nas escolas e nos espa\u00e7os de ensino. O guia traz explica\u00e7\u00f5es e um panorama geral sobre a import\u00e2ncia da prote\u00e7\u00e3o dos dados pessoais estudantis, indicando caminhos pr\u00e1ticos nesse sentido e alternativas para uma educa\u00e7\u00e3o livre de explora\u00e7\u00e3o comercial infantil. De acordo com Marina, \u00e9 muito importante que esse tema seja compreendido e debatido com profundidade, na busca por uma educa\u00e7\u00e3o “que utilize as tecnologias em sua m\u00e1xima pot\u00eancia, como potencializadora de direitos, principalmente de crian\u00e7as e adolescentes”.<\/p>\n <\/p>\n O ambiente digital precisa ser seguro para crian\u00e7as<\/a><\/p>\n Estrat\u00e9gias complexas de publicidade infantil invadem a internet<\/a><\/p>\nProte\u00e7\u00e3o de crian\u00e7as e adolescentes na internet<\/strong><\/h3>\n
A Escola no Mundo Digital<\/strong><\/h3>\n
Leia tamb\u00e9m<\/strong><\/h3>\n