{"id":13352,"date":"2017-09-06T13:01:24","date_gmt":"2017-09-06T16:01:24","guid":{"rendered":"https:\/\/criancaeconsumo.org.br\/?p=13352"},"modified":"2022-10-17T14:50:35","modified_gmt":"2022-10-17T17:50:35","slug":"campanha-de-mochilas-para-criancas-e-denunciada","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/criancaeconsumo.org.br\/noticias\/campanha-de-mochilas-para-criancas-e-denunciada\/","title":{"rendered":"Campanha de mochilas para crian\u00e7as \u00e9 denunciada"},"content":{"rendered":"

Empresa Sestini manteve a estrat\u00e9gia de dirigir sua comunica\u00e7\u00e3o mercadol\u00f3gica para crian\u00e7as, apesar de ter sido alertada pelo Alana em 2016\u00a0sobre a abusividade da a\u00e7\u00e3o.<\/em><\/p>\n

O programa Crian\u00e7a e Consumo<\/strong>, do Alana, encaminhou representa\u00e7\u00e3o \u00e0 Defensoria P\u00fablica do Estado de S\u00e3o Paulo<\/strong> para denunciar a conduta da empresa Sestini que dirige a publicidade de seus produtos ao p\u00fablico infantil. A campanha de volta \u00e0s aulas de 2017, divulgada amplamente em canais infantis, era repleta de elementos atraentes \u00e0s crian\u00e7as, al\u00e9m de anunciar brinquedos colecion\u00e1veis estampados com personagens do universo infantil. Em 2016, o Crian\u00e7a e Consumo enviou uma notifica\u00e7\u00e3o<\/a> \u00e0 empresa, ap\u00f3s constatar a pr\u00e1tica abusiva de direcionar publicidade para crian\u00e7as na campanha daquele ano.<\/p>\n

\u201cA comunica\u00e7\u00e3o mercadol\u00f3gica da Sestini est\u00e1 na contram\u00e3o da legisla\u00e7\u00e3o vigente. O C\u00f3digo de Defesa do Consumidor em seu artigo 37, par\u00e1grafo 2\u00ba,\u00a0classifica a publicidade que se aproveita da defici\u00eancia de julgamento e experi\u00eancia da crian\u00e7a como abusiva e ilegal, e a\u00a0Resolu\u00e7\u00e3o 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Crian\u00e7a e do Adolescente (Conanda) refor\u00e7a essa norma desde 2014\u201d, explica Ekaterine Karageorgiadis, coordenadora do programa Crian\u00e7a e Consumo.<\/p>\n

A den\u00fancia tamb\u00e9m foi assinada por duas entidades do movimento negro, o Coletivo de Oy\u00e1 e a UNEafro, em raz\u00e3o de incita\u00e7\u00e3o \u00e0 discrimina\u00e7\u00e3o racial no filme publicit\u00e1rio da linha das \u2018Meninas Superpoderosas\u2019. No comercial, o uso de turbante, elemento de express\u00e3o da identidade negra, \u00e9 indicado como algo \u2018vergonhoso\u2019.<\/p>\n

“Apesar de mais de 50% da popula\u00e7\u00e3o brasileira ser negra, os meios de comunica\u00e7\u00e3o seguem n\u00e3o apenas ignorantes e ignorando a cultura da popula\u00e7\u00e3o negra, mas estimulando o preconceito com rela\u00e7\u00e3o \u00e0s manifesta\u00e7\u00f5es da cultura de afrodescendentes. Este caso de racismo, em publicidade direcionada a crian\u00e7as, \u00e9 uma mostra do tipo de atraso que ainda temos de enfrentar na produ\u00e7\u00e3o audiovisual e na publicidade, em especial”, diz Leila Rocha, articuladora do Eixo Sa\u00fade do Coletivo de Oy\u00e1.<\/p>\n

Outra preocupa\u00e7\u00e3o dos movimentos \u00e9 que o filme publicit\u00e1rio leve crian\u00e7as negras a desenvolver um comportamento de autorrejei\u00e7\u00e3o e nega\u00e7\u00e3o de seus valores culturais por medo de serem motivo de goza\u00e7\u00e3o. “Para a crian\u00e7a negra \u00e9 extremamente importante, na forma\u00e7\u00e3o da sua autoestima e identidade, que a representatividade seja positiva e enaltecida, e n\u00e3o o contr\u00e1rio como apresentado pelo comercial em quest\u00e3o”, ressalta Ros\u00e2ngela Martins, advogada da UNEafro.<\/p>\n

Acompanhe o caso:<\/strong><\/p>\n