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Imagem de um ursinho de pelúcia em baixo de um sutiã.

Valisére cancela desfiles com crianças

Imagem de um ursinho de pelúcia em baixo de um sutiã.

Valisére cancela desfiles com crianças

A publicidade da linha “Meu 1º Valisére”, levou o Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana a notificar a empresa, em dezembro de 2013. Pensados para crianças de 8 a 12 anos, os sutiãs, calcinhas e roupas íntimas da linha contavam com cartazes, desfiles em lojas e catálogos no site da marca direcionados às crianças.

Nesse contexto, o Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana enviou uma notificação à Valisére explicando as consequências da publicidade dirigida às crianças e pedindo que a empresa cessasse com esse tipo de comunicação mercadológica.

No dia 24 de fevereiro, a empresa Valisére encaminhou uma resposta ao Instituto Alana afirmando que não sabia dos desfiles promovidos por seus franqueados e, portanto, que enviaria uma carta aos seus lojistas alertando-os sobre a proibição do uso de menores neste tipo de ação promocional. Diante da resposta, que revela o interesse da empresa em modificar práticas comerciais que violam os direitos das crianças, o Projeto Criança e Consumo considerou o caso encerrado.

A notificação do Alana apontava para o cartaz da campanha, identificado como uma comunicação mercadológica dirigida ao público infantil, que retratava duas crianças vestidas somente com os sutiãs e calcinhas, dando risadas enquanto uma tentava fechar o sutiã da outra. “O anúncio gerou uma preocupação com a erotização precoce do público infantil, já que as imagens não retratam meninas que brincam, correm, pulam e se sujam, mas ao contrário: meninas que se preocupam com imagem e aparência e que querem usar peças com atributos do universo juvenil e adulto”, afirma a advogada do Instituto Alana, Ekaterine Karageorgiadis.

De acordo com Ekaterine, o nome da linha também denota a comunicação direta com o público infantil. O uso da palavra “meu” no slogan “Meu 1º Valisére” deixa claro que a frase é dirigida às meninas e não a adultos.

“Ao valorizar o mundo juvenil e adulto, a publicidade desperta nas crianças o desejo de antecipar certas vivências e, como são mais vulneráveis a esse tipo de mensagem, acabam sendo expostas a situações com as quais não sabem lidar”, diz Ekaterine. “Elas não estão conscientes do que desperta nelas esse desejo de atuarem como adolescentes ou adultas, apenas copiam um comportamento que lhes é transmitido como adequado, sem entender o contexto que o envolve e o seu significado no mundo”, completa.

Conheça o caso:

Valisere Ind. e Com. Ltda. – Meu 1º Valisere (DEZ/2013)

Foto:The Potato Printing Store

Publicado em: 19 de fevereiro de 2014

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