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foto de criança brincando de se maquiar e passar esmalte nas unhas como imagem de apoio ao texto sobre publicidade de maquiagens para crianças

Publicidade de maquiagens para crianças: Criança e Consumo notifica Estrela Beauty e outras duas empresas

foto de criança brincando de se maquiar e passar esmalte nas unhas como imagem de apoio ao texto sobre publicidade de maquiagens para crianças

Publicidade de maquiagens para crianças: Criança e Consumo notifica Estrela Beauty e outras duas empresas

Batom, máscara para cílios, sombra, lápis de olho e esmaltes são produtos comuns no cotidiano de milhares de pessoas. Porém, algumas empresas, entre elas a Estrela Beauty, marca de maquiagens infantis da fabricante de brinquedos Estrela, a City Girls Kids e a Magia de Princesa enxergaram o público infantil como um “nicho promissor de mercado”. Essa é a constatação do Criança e Consumo, que identificou que as companhias dirigem publicidade de maquiagens para crianças.

Devido à ilegalidade dessa prática, o Criança e Consumo enviou notificação às três empresas hoje (13). Foi solicitada a remoção dos conteúdos de publicidade infantil e a abstenção da veiculação de comunicações mercadológicas às crianças. Além disso, pedimos às empresas pararem de contratar influenciadores mirins para divulgar seus produtos e serviços diretamente ao público infantil. Por fim, exigimos que as empresas direcionem suas comunicações comerciais apenas aos adultos – respeitando, assim, as leis.

É mais do que urgente que as empresas deixem de direcionar suas mensagens de publicidade às crianças, em especial às meninas – que além de serem alvo de apelos comerciais não compatíveis com seu momento de desenvolvimento, também acabam sendo vítimas de um processo de adultização precoce que parte de suas peças publicitárias.

Maria Mello,
coordenadora do Criança e Consumo

Utilização de redes sociais para divulgar publicidade de maquiagens para crianças

A comunicação é feita diretamente para crianças tão jovens quanto 3 anos de idade, em especial meninas – público-alvo das campanhas. Para isso, foram contratadas influenciadoras digitais mirins que mostram, usam e recomendam os produtos em suas contas. Juntas, as três empresas veicularam publicidade infantil em mais de 50 perfis dessas criadoras de conteúdo. Além disso, promoveram diferentes estratégias para estimular a interação das crianças em inúmeras publicações nos perfis oficiais das marcas. 

De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021, 85% das meninas de 11 a 17 anos afirmam ter visto algum tipo de divulgação de produtos ou marcas no mundo digital. E ainda, quando investigados quais são esses produtos, 73% dizem ter sido impactadas com divulgações sobre maquiagem ou outros produtos de beleza. Enquanto isso, apenas 21% dos meninos relatam ter passado pela mesma experiência. Além disso, o estudo também aponta que meninas de 11 a 17 anos (64%) têm mais contato com publicidade por meio das redes sociais do que meninos da mesma idade (58%).

Para além da questão das empresas anunciantes, também precisamos exigir que as mídias sociais que abrigam esse tipo de conteúdo abusivo se responsabilizem quanto a evitar que esses casos de publicidade infantil aconteçam. Já passou da hora de todas as empresas e plataformas cumprirem a legislação e tornarem o ambiente digital um espaço seguro para as crianças. Deixá-las vulneráveis e expostas à exploração comercial é incabível.

Maria Mello,
coordenadora do Criança e Consumo

Publicado em: 13 de outubro de 2022

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