*texto publicado originalmente no site britânico The Guardian e traduzido para o português por Ekaterine Karageorgiadis, coordenadora do Criança e Consumo.
“Personagens de mídia licenciadas”, como Dora a Exploradora e Miffy, não seriam mais usadas para atingir crianças pequenas de acordo com a iniciativa da indústria de alimentos holandesa.
Personagens infantis famosas, como Dora a Exploradora, podem em breve desaparecer de algumas embalagens de alimentos na Holanda para desencorajar os hábitos alimentares pouco saudáveis, disseram representantes da indústria de alimentos. A decisão foi tomada após “debates públicos sobre o impacto da publicidade dirigida a crianças”, disse a Federação Holandesa de Indústria de Alimentos (FNLI). “A obesidade é um problema sobre o qual a indústria de alimentos está muito preocupada.”
O movimento, o primeiro na Europa, veria personagens populares de desenhos animados, incluindo também o colelho Miffy, desaparecerem de produtos genéricos percebidos como pouco saudáveis cujas embalagens são direcionadas a crianças. A nova medida visa restringir as embalagens com “personagens de mídia licenciadas” voltadas para crianças até 13 anos, disse a FNLI, que representa 450 empresas da indústria de alimentos e 19 organizações.
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O jornal De Telegraaf disse: “Estes produtos são colocados nas prateleiras ao nível dos olhos das crianças e são muitas vezes insalubres, contendo muito sal, açúcar ou gorduras”. A porta-voz do Ministério da Saúde holandês Leonne Gartz disse que as medidas envolveriam a remoção de personagens como Miffy e Dora a Exploradora. “Não afeta personagens específicas de produtos”, por exemplo o tigre em uma famosa marca de cereais, disse ela.
A FNLI espera que a eliminação gradativa seja implementada durante o ano de 2017, após vários testes para garantir que o plano não conduzisse a uma concorrência desleal no mercado. O vice-ministro holandês da Saúde, Martin van Rijn, elogiou a iniciativa da indústria de alimentos. “É importante para mim que as crianças e seus pais sejam poupados do bombardeio constante de publicidade sedutora de alimentos não saudáveis”, disse Van De Rijn De Telegraaf.
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