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foto de uma criança de costas segurando um controle remoto e olhando para uma televisão na parede a frente dela como imagem de apoio ao texto sobre exploração comercial infantil e produção audiovisual

Criança e Consumo participa do Festival Cabiria e reflete sobre exploração comercial infantil e produção audiovisual

foto de uma criança de costas segurando um controle remoto e olhando para uma televisão na parede a frente dela como imagem de apoio ao texto sobre exploração comercial infantil e produção audiovisual

Criança e Consumo participa do Festival Cabiria e reflete sobre exploração comercial infantil e produção audiovisual

Filmes e séries têm, de fato, o potencial de promover transformações. E produções audiovisuais infantis, então, podem exercer um papel extremamente importante na formação das crianças. Para isso, é fundamental que sejam um conteúdo promotor de experiências estéticas, éticas, inclusivas e livres de publicidade infantil. Para refletir sobre exploração comercial infantil e produção audiovisual, a coordenadora de comunicação do Criança e Consumo, Maíra Bosi, participou do Cabíria Festival – Mulheres e Audiovisual, em 15 de outubro, na mesa de debate “Narrativas infanto-juvenis e a construção do imaginário para e sobre as infâncias: um desafio no plural”.

 

Participaram da conversa, ainda, a roteirista Belise Mofeoli e a escritora, roteirista e ilustradora, Janaina Tokitaka. A mediação foi feita pela roteirista, dramaturga, escritora,  educadora e presidente da ABRA (Academia Brasileira de Arte), Maíra Oliveira. Confira, a mesa de debate na íntegra:

 

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O Festival Cabiria é um grande encontro entre público, cadeia produtiva e cineastas para incentivar o protagonismo de mulheres e da diversidade nas telas e atrás das câmeras. Essa 3ª edição, então, ocorreu entre 06 e 17 de outubro de 2021 e foi on-line e gratuita.

 

Exploração comercial infantil e produção audiovisual

Entre os pontos discutidos, estiveram o acesso de crianças a conteúdos infantis de qualidade e como as tecnologias digitais podem permitir maior diversidade na produção audiovisual para esse público. A discussão levou em conta tanto canais de TV quanto serviços  “sob demanda” e streamings, como o próprio YouTube.

 

Em sua fala, Maíra Bosi refletiu sobre a assimetria de forças entre plataformas digitais e famílias. Ressaltou que não é justo que a responsabilidade sobre o que as crianças assistem recaia somente em mães, pais e cuidadores. Além disso, lembrou que famílias enfrentam uma realidade de sobrecarga que foi apenas aumentada pela pandemia de COVID-19.

 

“Precisamos reforçar a responsabilidade de plataformas digitais e empresas”, argumentou Bosi. “Elas devem garantir que esse ambiente on-line seja apropriado para as crianças. Mesmo que a internet não tenha sido desenhada para esse público, a partir do momento em que ele está lá, é preciso garantir um acesso seguro e com conteúdos de qualidade”.

 

Seguindo a discussão, Belise Mofeoli lembrou que canais da TV aberta são concessões públicas e, portanto, têm um dever ainda maior de fornecer conteúdo de qualidade, incluindo ao público infantil. Todas as participantes da mesa frisaram o direito de crianças terem acesso a conteúdos audiovisuais diversos e de qualidade.

 

“A infância é um lugar de potencialidade, liberdade e apresentação” refletiu Janaina Tokitaka sobre a criação audiovisual para crianças. “A criança é um ser que não teve tantas referências e ainda está colhendo isso, está se formando. É por isso que, quanto mais jovem é o seu público, mais responsabilidade você tem para criar conteúdos de qualidade”.

 

Cinema como um recurso educativo e reflexivo

Ainda, foi discutida a importância do audiovisual para a construção de valores e conceitos nas crianças. Diferentemente do conteúdo publicitário que, se direcionado diretamente para as crianças, é abusivo, as produções de entretenimento podem contribuir para a formação e desenvolvimento desse público. Nesse contexto, Maíra Bosi relembrou como o audiovisual pode ser um recurso educativo e promotor de pensamento crítico.

 

“A publicidade infantil é uma mensagem de estímulo ao consumo e não uma reflexão sobre ele”, disse Maíra. “Então, quando privamos crianças de serem impactadas diretamente por esse conteúdo publicitário e, no lugar, elas receberem um conteúdo reflexivo, didático, de entretenimento e com uma multiplicidade de olhares, aí sim, estamos ensinando e provocando a criança a refletir“.

 

Produtos audiovisuais são, então, de extrema importância para infâncias, tanto para representá-las quanto para promover lazer e entretenimento. Bem como lembrou a mediadora, Maíra Oliveira, as crianças não são um público “à parte” da sociedade e devemos prioriza-las! Especialmente no contexto brasileiro, de tanta desigualdade social, é urgente disponibilizar, de forma acessível e democrática, conteúdos infantis de qualidade e livres de qualquer exploração comercial.

 

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Publicado em: 18 de outubro de 2021

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