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Foto de uma criança em frente a um computador.

É jogo ou publicidade?

Foto de uma criança em frente a um computador.

É jogo ou publicidade?

Cada vez mais, os sites se consolidam como meios de anunciar para crianças; Alana notifica Chamequinho e Danone e recebe retorno positivo da empresa de papel.

Um mundo fantasioso de desenho, recheado de jogos e brincadeiras, tudo com a presença da marca e da sua mascote. Era assim que a International Paper do Brasil divulgava a linha Chamequinho de papéis, voltada para o público infantil, em seu site. Enquanto a criança navegava no portal, encontrava áreas em que a personagem participava de jogos, além de atividades  que incentivavam o consumo dos produtos.

Por acreditar que a empresa se aproveitava da inexperiência da criança ao relacionar a marca com diversão, o Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana notificou a Chamequinho, em julho de 2013. Em resposta enviada no começo de 2014, a empresa reconheceu que o site deveria falar mais com os adultos do que com as crianças. Assim, dissociou a mascote ‘Chamequinho’ de grande parte das atividades e substituiu o nome da marca pelas palavras ‘papel’, ‘sulfite’ ou ‘cartolina’.

De acordo com a advogada do Instituto Alana, Ekaterine Karageorgiadis, o trabalho do Projeto Criança e Consumo foi fundamental para sensibilizar a empresa a fazer ajustes em sua comunicação pensando no interesse da criança. “Apesar de não concordar com todos os argumentos apresentados, a empresa entendeu alguns dos questionamentos e procurou ajustar a sua comunicação para não atingir diretamente a criança, mas sim falar com quem é responsável por ela ”, afirma Ekaterine.

Danone

No caso da Danone, o site (http://www.danoninho.com.br/) é todo dirigido ao público infantil. Ao acessar o portal, o visitante é recebido pela mascote Dino, presente em todos os produtos da linha Danoninho. Dino convida as crianças a criar um “avatar” para participar de “Dinocity”, um mundo fantástico e lúdico repleto de jogos e atividades.

As atrações do site também condicionam o uso do jogo virtual à compra dos produtos, pedindo que sejam inseridos os códigos de barra para acesso. No portal, a criança também pode assistir aos vídeos publicitários da marca.

Com a promessa de ser um portal educativo, “Dinocity”, na verdade, promove o bombardeio de publicidades de produtos às crianças, que ainda não têm plena condição de perceber a intenção mercadológica por trás da mensagem.

“Ao inserir as marcas, ou suas personagens, através de jogos, no momento de lazer dos pequenos, as crianças passam a associa-las a diversão e brincadeiras, sem perceber que o objetivo daquele site é vender produtos”, afirma a advogada do Instituto Alana, Ekaterine Karageorgiadis. “Desse modo, a empresa se aproveita da peculiar fase de desenvolvimento da criança para estabelecer uma relação positiva entre ela e sua marca, buscando fideliza-la como consumidora”, completa.

Diante das abusividade da estratégia de comunicação mercadológica da empresa, o Instituto Alana enviou notificação à Danone, por meio do Projeto Criança e Consumo, na qual exige que cessem as práticas que ferem os direitos da criança. No momento, aguarda-se resposta da empresa.

Saiba mais sobre a ação da Chamequinho:

International Paper do Brasil Ltda. – Site do papel Chamequinho (JUNHO/2013)

Acompanhe o caso da Danone:

Danone Ltda. (Danone) – Site Danoninho (AGO/2013)

Foto: Timberland Library

Publicado em: 26 de fevereiro de 2014

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