A Campaign for a Commercial-Free Childhood (CCFC) pede nos Estados Unidos que empresas parem de promover apps como educativos sem comprovações científicas. E alerta: as telas não são recomendadas para menores de 2 anos.
“Não há nenhuma prova de que bebês aprendem qualquer coisa importante das telas, seja televisão, DVDs, smartphones ou tablets, e quando as empresas de mídia alegam que seus produtos são educacionais para bebês elas violam as leis de defesa do consumidor”, esclarece o CCFC.
Esses motivos levaram o centro a entrar com uma reclamação no Federal Trade Comission, pedindo o fim da propaganda enganosa de aplicativos para bebês da Fisher Price e da Open Solutions, que já têm mais de 3 milhões de downloads. “Pais merecem informações honestas sobre o valor educacional das atividades que escolhem para seus filhos e não é o que estão recebendo destas empresas”, afirmou a presidente do CCFC, Susan Linn, em entrevista ao New York Times.
Benefícios questionáveis
Além dos não comprovados efeitos educativos, o uso de tablets e smartphones por bebês já é controverso. Com milhões de aplicativos destinados aos pequenos, eles passam horas em frente às telas, mas, segundo o CCFC, “elas são a última coisa que os bebês precisam para um melhor crescimento e desenvolvimento”. Pesquisas relacionam o tempo das crianças em frente as telas com dificuldades de sono e demora na aquisição da linguagem, assim como problemas futuros na infância, como mal desempenho na escola e obesidade infantil. A Academia Americana de Pediatria, por exemplo, recomenda que crianças com menos de dois anos não sejam expostas a telas. Isso além de tirar tempo de atividades no mundo real, como brincadeiras criativas e relacionamento ao vivo com adultos, essas sim comprovadamente importantes para o aprendizado infantil.
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Foto: Wayan Vota