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Foto compostas por várias pessoas em um gramado, fora de um prédio.

América Latina unida contra a obesidade

Foto compostas por várias pessoas em um gramado, fora de um prédio.

América Latina unida contra a obesidade

Fórum no México reúne especialistas do Brasil, Chile, México, Equador, Peru, Argentina e Costa Rica para debater formas de combater a obesidade e promover a alimentação saudável.

“Como podemos combater a obesidade infantil?” Essa foi a pergunta tema do Fórum “Legislação, regulações e políticas públicas para deter a obesidade e promover a alimentação saudável entre crianças na América Latina”, que aconteceu entre 25 e 26 de novembro na Cidade do México. A ideia do evento, organizado pelo Instituto de Saúde Pública do México e pelo Instituto de Nutrição e Tecnologia de Alimentos do Chile, era “discutir, concordar e recomendar medidas regulatórias” contra a obesidade, além de influenciar reguladores em toda a América Latina. O Instituto Alana esteve lá.

Os representantes dos países latino-americanos apresentaram seus esforços e resultados obtidos na área da saúde alimentar, assim como mostraram o quadro da obesidade em seus países. Em conjunto, concluíram que são necessárias leis e políticas públicas para promover a alimentação saudável e frear a epidemia de obesidade infantil e de doenças crônicas não transmissíveis – e elas devem ser maiores que a força da indústria ou o poder do seu lobby.

Para Guido Girardi, senador chileno, não devemos basear nossas políticas no que pode ou não afetar o negócio de uma empresa, e sim na promoção da saúde pública e do direito a uma alimentação de qualidade e a uma infância saudável. “Se a lei indica que todos os produtos de uma empresa não são saudáveis, e isso a leva a falência, nós não devemos mudar o critério da lei para que eles sejam classificados como saudáveis. Isso é um problema deles, não nosso”, afirmou.

Houve um consenso também em relação à necessidade de levar mais informação ao público, de forma a mobilizar a sociedade. “Não há mudança se não houver consenso da opinião pública”, disse Enrique Gil, consultor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) no México, explicando que existe uma forte pressão da indústria contra essas políticas alimentares e que são poucos os que conhecem de fato a dimensão do problema.

Fábio Gomes, do Instituto Nacional do Câncer (INCA) do Brasil, ressaltou o poder das empresas alimentícias, que conseguem, por vezes, passar por cima das decisões dos legisladores nacionais. Como exemplo, ele comentou sobre o caso da Resolução 24 da Anvisa, que tratava da regulação de alimentos e foi suspensa por ação da indústria.

Reforçando a necessidade do apoio popular, Isabella Henriques, diretora das áreas de Defesa e Futuro do Instituto Alana, apresentou o documentário “Muito além do peso”, que aborda a epidemia de obesidade infantil no Brasil e no mundo, como forma de levar o conhecimento da academia para a população e promover uma reflexão sobre o tema.

Isabella ressaltou a necessidade do trabalho conjunto de todas as instituições que lidam com o assunto na região, para que o conhecimento produzido coletivamente possa ser utilizado, e exemplos bem sucedidos de legislação possam ser replicados. O Chile, por exemplo, já possui leis que proíbem a venda de alimentos não saudáveis em escolas e que regulam a publicidade desse tipo de alimentos.

O documento final produzido no Fórum urge a atuação das autoridades públicas e do Estado para garantir o direito a uma alimentação de qualidade, com acesso às informações necessárias para o seu consumo, como forma de combater essa crise na saúde pública. Promover leis que protejam as crianças de publicidades de bebidas açucaradas e alimentos industrializados também é uma prioridade, indo de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Publicado em: 7 de dezembro de 2012

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