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Imagem de três bonecos de luta.

Adultização violenta da infância

Imagem de três bonecos de luta.

Adultização violenta da infância

Instituto Alana notifica fabricante de brinquedos DTC pela venda de produtos que estimulam a violência e a inserção da criança no mundo adulto, como linha inspirada na luta MMA.

No dia 4 de junho, o Instituto Alana enviou uma notificação à empresa DTC depois de receber uma denúncia que questionava a linha de brinquedos UFC, inspirada no esporte MMA (Mixed Martial Arts) e sua competição, o Ultimate Fighter Championship.  Indicada pelo fabricante para crianças a partir de 3 anos, a linha consta de versões em brinquedo dos lutadores reais, um octágono (ringue em que ocorrem os combates) e o cinturão (prêmio levado pelo vencedor).

O Octógono, “superdetalhado e com os logotipos dos patrocinadores do UFC”, segundo a publicidade, também expõe marcas reais justamente em meio à brincadeira, momento em que a criança está mais vulnerável e suscetível.

O tema da violência foi alvo de outra denúncia em 2010, com a publicidade do brinquedo Roma Tático Móvel, que imitava o veículo usado pelo Bope na invasão das favelas cariocas, apelidado de Caveirão. O filme comercial exibido em canais infantis mostrava crianças imitando ações policiais, transformando uma história muito violenta em uma brincadeira. As críticas à campanha foram tão intensas que o Conar pediu a sustação do comercial.

Fantasia ou realidade?

Ao avaliar a denúncia contra a DTC, o Alana verificou também a existência de outras comunicações mercadológicas dirigidas ao público infantil para a promoção de produtos da empresa como ‘Mighty Beanz’, ‘Hello Kitty Chocolateria’, ‘Xshot’ e ‘Trashpac’. Os filmes foram considerados abusivos e enganosos, já que mesclam ficção e realidade, o que faz com que a criança seja, muitas vezes, induzida a erro por não entender corretamente quais são as características e qualidades dos produtos anunciados.

As publicidades ainda promovem valores distorcidos, como o estímulo ao consumo excessivo, colecionismo, à agressividade e o fomento da crença que a felicidade e a inserção no grupo só serão alcançadas por meio da aquisição destes produtos.

No momento, aguarda-se a resposta da empresa.

Acompanhe o caso.

Publicado em: 12 de junho de 2013

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