Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2013 avaliou pela primeira vez exposição à publicidade e comunicação mercadológica na Internet e em outros meios de comunicação.
Crianças e adolescentes acessam cada vez mais a internet e são expostas à publicidade em redes sociais e sites de jogos. Esta é uma constatação da pesquisa TIC Kids Online 2013, realizada pelo CETIC.br, que ouviu 2.261 crianças e adolescentes usuários de Internet. O mesmo número de pais ou responsáveis das crianças e adolescentes selecionados (2.261) foi entrevistado para identificar as experiências dos filhos como usuários de Internet.
O eixo sobre consumo e publicidade é a novidade da segunda edição da pesquisa. Os resultados apontam que 61% das crianças e adolescentes usuários de Internet com idades entre 11 e 17 anos declararam ter visto publicidade nas redes sociais, enquanto 30% o fizeram em sites de jogos na Internet.
A interação com a publicidade on-line mostrou-se significativa sobretudo nas redes sociais, ferramenta muito utilizada pela faixa etária (79% afirmam ter um perfil). Entre as crianças e adolescentes de 11 a 17 anos que possuem perfil em rede social, 57% afirmam ter “curtido”, 36% “compartilhado”, 21% “descurtido” e 20% “bloqueado” alguma propaganda ou publicidade com a qual tiveram contato em redes sociais.
“É importante que os pais ou responsáveis, além de todos os agentes públicos, fiquem atentos ao tipo de conteúdo anunciado na internet. Se a publicidade for direcionada à criança, com a intenção de persuadi-la para a compra de um produto, este anúncio é abusivo e portanto ilegal, conforme previsto nos diplomas jurídicos brasileiros e, mais recentemente, na resolução 163 do Conanda”, afirma Renato Godoy, cientista social e pesquisador do Instituto Alana.
Entre as crianças e adolescentes, de 9 a 17 anos, que têm o hábito de jogar pela internet, 10% já realizaram compras relacionadas a games nesses sites.
Mediação
Entre as atividades de mediação dos pais e responsáveis, a conversa sobre o que os filhos fazem na Internet (81%) é a ação mais citada. Já 43% dos pais e responsáveis afirmam realizar atividades junto com os filhos na rede. Quando questionados sobre os riscos, apenas 8% dos pais e responsáveis dos jovens selecionados acreditam que seu filho tenha passado por alguma situação de incômodo ou constrangimento na Internet – percentual semelhante ao verificado em 2012 (6%).
O ambiente para acesso à rede mais mencionado pelas crianças e adolescentes é a sala de casa (68%), seguido pelo quarto da criança/adolescente (57%). Este último apresentou um aumento de 31 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Entre os dispositivos relatados pelas crianças e adolescentes, os mais utilizados para acessar a internet são o desktop (71%), o telefone celular (53%) e o laptop (41%).