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Foto de um boneco de uma mulher segurando em sua mão direita uma sacola de compras e com a sua mão esquerda segura um bebê, o boneco está em meio a prateleiras de supermercados.

60% das mães cedem à vontade dos filhos na hora das compras

Foto de um boneco de uma mulher segurando em sua mão direita uma sacola de compras e com a sua mão esquerda segura um bebê, o boneco está em meio a prateleiras de supermercados.

60% das mães cedem à vontade dos filhos na hora das compras

Pesquisa revela que quatro em cada dez mães consultadas admitem gastar mais que o planejado.

Seis em cada dez mães não resistem ao apelo dos filhos quando o assunto é comprar, indica pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O estudo observou a reação das mães, com filhos entre dois e 18 anos, na aquisição de produtos supérfluos como brinquedos, roupas e doces. De acordo com o levantamento, o passeio num centro de compras ou supermercado na companhia dos filhos estimula ainda mais o consumo. Nessa situação, quatro em cada dez mães consultadas admitem gastar mais que o planejado.

Isabella Henriques, diretora do Instituto Alana e coordenadora do Projeto Criança e Consumo, destacou algumas das causas desse cenário. “Essa realidade que a pesquisa mostra é resultado de um ambiente com muitos fatores, começando pela sociedade de consumo, passando pela falta de tempo dos pais, mães e responsáveis com seus filhos, pelas relações afetivas mediadas pelo consumo, pelas manifestações de amor, carinho e afeto por meio de presentes, bens materiais, e muita, muita publicidade dirigida às crianças”, disse.

A coordenadora do Criança e Consumo alerta para a importância de resistir aos apelos das crianças e da publicidade. “Sabemos, pela psicologia do desenvolvimento, que é importante para a formação da autoestima da criança ouvir o não. É importante para ela saber lidar com a frustração no futuro, quando for adulta”, destacou. “Já a publicidade dirigida à criança estimula o desejo pelo consumo por determinados brinquedos, roupas, alimentos, etc. As empresas sabem da hipervulnerabilidade da criança enquanto pessoa ainda em formação e de seu poder de influência nas compras da família e utilizam desse conhecimento para aumentar suas vendas”, acrescenta.

A reportagem da Agência Brasil entrevistou pais e mães, Rafaela Glória Peixoto, 35 anos, informou que tem dificuldades para controlar as despesas quando está com a filha de 5 anos. “Ela só pede as bonecas mais caras quando a trago para o shopping. Por isso, evito. É difícil, porque, às vezes, ela até chora, faz birra e passo vexame.”

Segundo a pesquisa, 67,3% dos filhos aceitam estabelecer algum acordo antes de sair de casa, como comprar só o combinado (em 18,6% dos casos) ou acordar um valor ou quantidade previamente (48,7%). Cláudia Brito, 40 anos, mãe de um menino de 8 anos, faz parte de uma minoria de mães ( 15,6%) que só presenteiam os filhos em datas comemorativas. “Meu filho sabe que só ganhará presente no aniversário ou no Natal. Se ele vem comigo para o shopping, pode até escolher um brinquedo, mas só vai ganhar em uma dessas datas.” Conforme a pesquisa, 12,7% das mães dão presentes quando o filho cumpre regras, tarefas e obrigações.

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Foto: Via Flickr

Publicado em: 2 de outubro de 2015

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