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Em fundo amarelo, no canto direito inferior da imagem, uma foto do personagem Ronald McDonald, com a cabeça apoiada em um dos braços, como se estivesse pensativo

Professores dos Estados Unidos dizem não ao McDonald’s

Em fundo amarelo, no canto direito inferior da imagem, uma foto do personagem Ronald McDonald, com a cabeça apoiada em um dos braços, como se estivesse pensativo

Professores dos Estados Unidos dizem não ao McDonald’s

Federação Americana de Professores se posiciona contra ações da rede de fast food em escolas

 

A Federação Americana de Professores (AFT, na sigla em inglês), que representa quase dois milhões de educadores nos Estados Unidos, publicou posicionamento em repúdio a ações de marketing de redes de fast food dentro de escolas, inclusive ações de arrecadação de fundos como o McTeacher’s Night, do McDonald’s  [Noite de Mc Professores, em tradução livre], em que, durante uma noite, professores vendem os produtos da rede aos estudantes na lanchonete local. Em troca, professores e escolas recebem uma pequena parte da receita obtida.

 

“Estamos recuperando nossas salas de aula da pressão gordurosa da indústria”, disse Cecily Myart-Cruz, vice-presidente da United Teachers Los Angeles [Professores Unidos de Los Angeles, em tradução livre]. “A AFT deu um passo ousado na direção certa para proteger nossas crianças das táticas de marketing insidiosas da indústria de junk food“, pontuou Alexa Kaczmarski, organizadora de campanhas da Corporate Accountability.

 

Não é a primeira vez que entidades se manifestam contra a atividade. Em junho de 2016, o The Story of Stuff Project [projeto A História das Coisas, em tradução livre],  iniciativa que procura conscientizar pessoas sobre os impactos do consumo,  se uniu ao Sindicato dos Professores dos Estados Unidos, à Associação Nacional de Educação, aos parceiros do Corporate Accountability Internacional e ao Campaign for a Commercial-Free Childhood (CCFC), para exigir o fim do McTeacher’s Night. As organizações criaram um abaixo-assinado para o CEO do McDonald’s, Steve Easterbrook, exigindo que a empresa parasse de usar as escolas públicas para aumentar seus lucros com a venda de junk food para crianças.

 

“A participação ativa da sociedade civil tem uma importância fundamental e histórica na ampliação e fortalecimento de direitos, especialmente os de crianças. Em vários países do mundo, inclusive no Brasil, temos observado um aumento no interesse das pessoas em defender o melhor interesse da criança frente aos assédios comerciais cometidos por empresas”, comemora Livia Cattaruzzi, advogada do Criança e Consumo.

 

McDonald’s em escolas no Brasil

Em novembro de 2018, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), vinculado ao Ministério de Justiça, multou em seis milhões de reais o McDonald’s  por publicidade abusiva direcionada ao público infantil, em razão da realização do ‘Show do Ronald McDonald’ em escolas. O caso teve início em 2013, após denúncia feita pelo Criança e Consumo.

 

A decisão afirma que a estratégia de comunicação mercadológica utilizada pela empresa violou artigos do Código de Defesa do Consumidor e o Artigo 227 da Constituição Federal, além de ir ao desencontro dos princípios da Lei nº13.257/16, que estabelece diretrizes para a formulação e a implementação de políticas públicas para a primeira infância em atenção à relevância dos primeiros anos de desenvolvimento infantil.

 

Em 2016, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo entrou com Ação Civil Pública contra o McDonald’s, pedindo a proibição da realização do Show do Ronald nas escolas de São Paulo. Em outubro de 2018, foi proferida decisão proibindo a execução do show e determinando que é publicidade abusiva, portanto, ilegal.

 

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Publicado em: 8 de junho de 2019

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