Relatório da OMS, que está em consulta pública, ressalta a importância de restringir a exposição das crianças à publicidade de alimentos de baixo valor nutricional.
A última versão do relatório da Comissão para Erradicar a Obesidade Infantil, da Organização Mundial da Saúde (OMS), está aberto para novos comentários. A Comissão realizará também consultas regionais e audiências. Esta versão já contempla as recomendações dadas anteriormente, entre os meses de março e junho de 2015. O documento propõe ações para auxiliar e orientar governos e organizações da sociedade civil no combate à obesidade infantil. O texto sugere caminhos e alternativas de intervenções que possam ser replicadas em diferentes contextos ao redor do mundo e estratégias abrangentes com opções de políticas públicas. Esse último período de consulta vai até 13 de novembro, depois de finalizado será apresentado à Diretoria da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que ela transmita suas recomendações à Assembleia Mundial da Saúde.
Entre os principais fatores que contribuem para o ambiente obesogênico, segundo o relatório, está a exposição excessiva de crianças e adolescentes a alimentos ultraprocessados e com baixo valor nutricional. Para reverter esse cenário, o texto sugere a restrição da publicidade de alimentos não saudáveis, uma reformulação na sua distribuição aos mercados e campanhas governamentais que incentivem o consumo de alimentos saudáveis e a prática de atividades físicas. O relatório ressalta ainda que qualquer tentativa de combate à obesidade infantil deve incluir a redução da exposição de crianças à publicidade de alimentos de baixo valor nutricional.
Preocupado com a situação da obesidade infantil no Brasil (33,5% das crianças entre 5 e 9 anos estão com excesso de peso, segundo o IBGE) e com a abusividade da publicidade infantil no país, que contribui para esse quadro alarmante, o Projeto Criança e Consumo tem acompanhando a discussão e contribuído para o debate.
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