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Imagem de um cartaz de procura-se com uma foto de três personagens amarelos de macacão vermelho, cada segura um alimento não saudável.

México luta por regulamentação mais eficiente da publicidade infantil

Imagem de um cartaz de procura-se com uma foto de três personagens amarelos de macacão vermelho, cada segura um alimento não saudável.

México luta por regulamentação mais eficiente da publicidade infantil

Mesmo com uma lei nacional que limita a publicidade dirigida para crianças, ainda há brechas que permitem anunciar produtos de baixo valor nutricional para o público infantil.

A ONG mexicana El Poder Del Consumidor vem travando uma batalha para que a regulação no país incorpore de maneira geral publicidades de junk food e bebidas açucaradas. O caso mais recente, que mostra como a regulação por lá ainda não está completa, foi o uso indiscriminado dos Minions, personagens de uma animação para crianças, para promover alimentos de baixo valor nutricional e com elevada quantidade de açúcar, gordura e sal.

Durante o recesso escolar de julho, as crianças foram bombardeadas com inúmeras campanhas agressivas que usavam os Minions para vender doces, salgadinhos, cereis matinais com alto teor de açúcar, balas, chicletes, chocolates, produtos de fast food entre outros. As empresas se aproveitaram do período de férias e principalmente da vulnerabilidade das crianças para direcionar publicidade a elas. De acordo com a organização, no México a situação é critica: uma a cada três crianças tem sobrepeso ou é obesa, e campanhas como essas só contribuem para agravar essa conjuntura.

Veja também:
– Peru defende a regulamentação da publicidade infantil
– Táticas mercadológicas “mascaram” verdades sobre os alimentos
– A função da publicidade é vender e não informar ou educar

Segundo o diretor do El Poder do Consumidor, Alejandro Calvillo, “tem sido recorrente essa prática pouco ética que se utiliza da fama dos personagens para incentivar o consumo de junk food para crianças e adolescentes”, avalia. “E nesse bombardeio, a regulação tem sido insuficiente”, constata Calvillo. A coordenadora de Investigação de Saúde Alimentar do El Poder, Fiorella Espinosa, recorda que em países como Holanda e Dinamarca é proibido associar personagens infantis com alimentos não saudáveis, e que recentemente o Chile e o Peru aprovaram regulações que limitam esse tipo de publicidade. Além disso, ela lembra que o México, ao lado dos países do continente americano, assinou o Plano de Ação para a Prevenção da obesidade em crianças e adolescentes em 2014, que recomenda a regulação da publicidade infantil.

A campanha dos Minions tem se infiltrado até entre os meios que são regulados pela lei mexicana, como a televisão e o cinema. Na TV, por exemplo, os horários que estão fora da faixa regulada têm como espectador principal crianças e adolescentes, que assistem novelas, programas esportivos entre outros. É nesse momento que as empresas aproveitam para lotar a TV com anúncios principalmente de comidas pouco nutritivas. No cinema, a publicidade antes do filme é regulada, mas a simples experiência de ir até lá expõe as crianças a diversas publicidades, como na lanchonete onde os Minions estampam refrigerantes, doces e pipocas.

O caso dos Minions deixou evidente a necessidade de rever a regulação do México, por isso, o El Poder del Consumidor entrou com um pedido para que todos os canais de comunicação não direcionem publicidade às crianças, e levem em consideração as recomendações internacionais.

Se-Buscan

Publicado em: 31 de agosto de 2015

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