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Imagem com desenho de vários alimentos não saldáveis como: jujubas, lanches, cachorro quente, pirulitos. É possível ver a mascote do McDonald's.

Empresas reconhecem que são parte dos problemas atuais de saúde pública

Imagem com desenho de vários alimentos não saldáveis como: jujubas, lanches, cachorro quente, pirulitos. É possível ver a mascote do McDonald's.

Empresas reconhecem que são parte dos problemas atuais de saúde pública

Coca-Cola, McDonald’s e PepsiCo estão entre os anunciantes que se comprometem a conduzir ações globais em quatro frentes, inclusive para restrição da publicidade infantil até 2016.

Membros da International Food & Beverage Alliance (IFBA), como Coca-Cola, Ferrero, General Mills, Grupo Bimbo, Kellog´s, Mars, McDonald’s, Mondelēz Internacional, Nestlé, PepsiCo e Unilever, enviaram uma carta no dia 15 de setembro à diretora da Organização Mundial de Saúde, Margaret Chan, com uma agenda de compromissos para melhorar a saúde pública, entre elas a restrição à publicidade infantil.

Essa agenda inclui a meta de disponibilizar escolhas alimentares que ajudem as pessoas a ingerir dietas saudáveis e balanceadas, fornecer informações de consumo com dados de nutrição fáceis de entender, na embalagem e no ponto de venda, assim como por outros canais, além de promover um estilo de vida saudável.

No que diz respeito à publicidade e ao marketing responsável para crianças, as empresas se comprometem a anunciar apenas produtos que definem como nutritivos ou, então, a não anunciar nada. A política abrange comunicações mercadológicas de alimentos e bebidas que se destinam principalmente a crianças, pessoas com menos de 12 anos, em TV, rádio, mídia impressa, cinema, mídia online, DVD/CD-ROM, marketing direto, colocação de produtos, games interativos, marketing por outdoors a ser definido por diretrizes interpretativas, marketing por celular e SMS. Além disso, as empresas se comprometem em não produzir publicidade de alimentos ou bebidas para crianças nas escolas.

O objetivo, segundo a IFBA, é alcançar as metas definidas na Declaração Política de 2011  da Assembleia de Alto Nível da ONU sobre  a Prevenção e Controle de Doenças Não Transmissíveis e o Plano de Ação Global da OMS para a Prevenção e Controle de Doenças Não Transmissíveis de 2013-2020. Em 2008, essas empresas já haviam firmado um compromisso de tomar medidas globais coletivas para dar suporte à promoção das metas de Estratégia Global da OMS de 2004 sobre Dieta, Atividade Física e Saúde.

De acordo a advogada do projeto Criança e Consumo Ekaterine Karageorgiadis, o documento é uma comprovação de que o mercado alimentício reconhece o impacto da publicidade  de seus produtos ultraprocesados, com excesso de sódio, gorduras e açúcares em relação  aos problemas de saúde que atingem as crianças atualmente, como o aumento da obesidade infantil, sendo válido e positivo, se realmente implementado.

“Gostaríamos que no Brasil houvesse auditoria independente fiscalizando o fiel cumprimento de mais esse compromisso e que fossem apresentados planos efetivos de mudança, considerando que o País saiu  do mapa da fome, segundo dados recentemente divulgados pela FAO, mas entrou no mapa da obesidade”, afirma Ekaterine.

Ilustração: Kyle Pellet

Publicado em: 8 de outubro de 2014

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