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Foto de várias pessoas em um salão, sentadas em uma escada.

Diálogos sobre uma infância conectada

Foto de várias pessoas em um salão, sentadas em uma escada.

Diálogos sobre uma infância conectada

Encontro de influenciadores digitais reuniu experiências e reflexões sobre a comunicação de mães e pais na internet.

Experiência, oportunidade, informação, rede, e mobilização foram algumas das motivações que levaram influenciadores digitais de diferentes cidades do Brasil para o Conexão Infância, evento organizado pelo Criança e Consumo, programa do Alana, e pelo Movimento Infância Livre de Consumismo (Milc) no último sábado (21), no Instituto Brincante, em São Paulo.

A partir do entendimento de que aquilo que engaja, o que é compartilhado, o que está em pauta, já não é mais definido apenas pela mídia tradicional, o encontro propôs um diálogo com mães e pais, que produzem conteúdo na internet, para refletirem sobre o consumismo na infância. Os 38 influenciadores digitais presentes compartilharam as motivações que os fizeram levar para a internet suas experiências sobre maternidade e paternidade. Alguns contaram que a ideia surgiu da necessidade de trazer informação diversificada sobre o tema, outros por desafios próprios, como resistência e alternativas ao que está dado, e alguns para compartilhar o seu jeito de conceber o cuidado com os filhos no mundo atual.

Psicanalista Ana Olmos. Foto: Paulo Otero

Para refletir sobre conexão participaram também a psicanalista Ana Olmos, a socióloga Inês Vitorino e a psicóloga Flavia Penido. A questão da formação da criança como sujeito e sua inserção na sociedade de consumo permeou a fala de Ana Olmos. A “cultura que a gente vive pode sim se relacionar com a formação da criança e da relação dela com o próprio desejo, com a realidade e com a consequência”, destacou. “As crianças que acham que o que querem, tem que ser como querem estão propensas a cair num discurso de uma mídia que tem intenção apenas de venda”, concluiu.

Com relação a tecnologia, Inês Vitorino apontou a importância das crianças estarem conectadas, mas destacou o cuidado para entender que tipo de conexão e vínculo as crianças estabelecem na internet. “Há conhecimento e competências técnicas para lidar com a tecnologia, mas há também um conjunto de outras competências, que são sociais que a criança precisa lidar nesse espaço”. E muitas vezes ela não tem essas aptidões, ainda mais em um ambiente em que ela é fortemente assediada pela publicidade, “uma situação desafiadora para todos nós”, sugeriu Inês.

Socióloga Inês Vitorino e ao seu lado direito a psicóloga Flavia Penido. Foto: Paulo Otero

A importância da presença na vida das crianças foi ressaltada por Flavia Penido, “a conexão com a internet nos tira também algumas coisas, como a presença”, por isso é importante mães e pais se desconectarem de tempos em tempos. E convidou os influenciadores a mostrarem para as pessoas que as crianças podem estar conectadas, mas de uma maneira equilibrada.

Veja também:

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Acreditando no trabalho em rede, o Criança e Consumo e o Milc esperam que esse encontro, de pessoas com perfis e de lugares tão diferentes, siga gerando reflexão. O que fica é que o diálogo está posto, os influenciadores com suas pautas podem se juntar com uma bandeira comum, a bandeira da infância.

 

 

Veja fotos do encontro:

Publicado em: 24 de outubro de 2017

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