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Foto de pessoas em um palco sentados em uma mesa, uma mulher está falando ao microfone em pé neste palco.

Consumismo infantil em debate

Foto de pessoas em um palco sentados em uma mesa, uma mulher está falando ao microfone em pé neste palco.

Consumismo infantil em debate

I Fórum Prioridade Absoluta aprofunda a discussão sobre criança e consumo com a presença do professor Julio Pompeu, do defensor público Diego Medeiros, além da participação remota do filósofo Clóvis de Barros Filho.

O último dia do “I Fórum Prioridade Absoluta, Criança em Primeiro Lugar”, realizado em São Paulo pelo Instituto Alana, com apoio do Sesc-SP, entre os dias 22 e 24 de abril, foi marcado pela ampla reflexão sobre os apelos comerciais dirigidos às crianças, os impactos negativos da publicidade dirigida ao público infantil, os atuais padrões de consumo e as alternativas para um estilo de vida mais sustentável.

Um dos participantes da mesa “As crianças, a mídia e a cidade”, o professor Julio Pompeu entende que as crianças são tratadas como pequenos adultos. “Muitos dos pais que se dizem contrários à regulamentação da publicidade dirigida à criança afirmam que as crianças precisam, o quanto antes, aprender a escolher. No final das contas, trata-se da negação da própria infância”, afirmou o professor. “Parece que vivemos um recuo da ideia de infância e aplaudimos a precocidade. Aqueles que defendem a publicidade não enxergam que estão delegando às empresas e às agências de publicidade a educação ética e moral dos seus filhos, e ainda acusam os defensores da proibição de descaso em relação ao cuidado das crianças”, completou.

A fala de Pompeu teve como complemento a participação remota do filósofo Clóvis de Barros Filho, que apresentou como um novo dilema ético os desafios da educação moral, ética e familiar na atualidade. Em vídeo, o filósofo explicou que “é muito comum que se pense que a ética é uma tabela de condutas humanas. Estariam lá as possíveis ações do homem em duas colunas: pode ou não pode. E alguém ético seria aquele que respeita a tabela. Não é bem assim. Temos que enfrentar situações inéditas. Assim, a ética é um debate sobre o que queremos respeitar, é uma janela para o futuro. Ser ético é, antes de mais nada, estar disposto a participar de um espaço de argumentação. Imaginemos o uso infantil do Facebook. Para esse público, pode produzir desgraças, bullying em escala global. Não adianta consultar o passado. Nenhum dos grandes pensadores clássicos falou sobre internet. Assim também é a publicidade para o público infantil”.

Fechando a discussão como representante do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), o defensor público Diego Medeiros reforçou o empenho do Conselho em manter o impacto da Resolução nº 163 publicada no último dia 4 de abril, que declara a abusividade da publicidade dirigida à criança. “A resolução é vinculativa e obviamente deve ser cumprida. Mas seu cumprimento depende também da lógica do sistema do consumidor. É um momento de sensibilização. O assunto deve ser colocado no contexto de responsabilidade e conhecimento. O Conanda não está criando uma proibição, está exercendo sua competência de regulamentar uma proibição que já estava expressa no Código de Defesa do Consumidor”, afirmou o representante do Conanda.

Confira a cobertura completa do I Fórum Prioridade Absoluta.

Publicado em: 14 de maio de 2014

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